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sábado, 12 de abril de 2014

Departamento Central - Assassinatos em Série

Capítulo 18 - Um Nome... Amigo ou Inimigo?




     Procurando cumprir ao mandado de prisão, Sabrina, Cristian e Mirella seguiam até o estacionamento onde estava a viatura. Quando eles passavam em frente a intendência; local esse onde se guardam as armas da delegacia; Mirella parou.
     _ Vou pegar uma arma longa. - Dizia a investigadora aproximando do balcão da intendência. - Andar só com as pistolas pode não ser suficiente.
     Mirella acompanhou os parceiros carregando uma espingarda  calibre doze, municiada com  as duas primeiras munições de borracha e mais cinco letais. Quando todos estavam dentro do carro, partiram. Guilherme morava em uma casa, um pouco afastado da cidade; cerca de quarenta minutos de distância da delegacia. Assim que chegaram em frente a casa, os três investigadores desceram da viatura rapidamente. A residência tinha um muro alto e um portão pequeno. Sabrina tocou o interfone e aguardou por alguns minutos até que alguém falou pelo interfone.
     _ Quem é? - Guilherme perguntou do outro lado.
     _ Guilherme, aqui é a polícia. - Sabrina fez uma pausa rápida. - Abra o portão!
     Depois disso foi possível ouvir um som de Guilherme colocando o interfone no lugar. Os três aguardaram alguns segundos para ver se ele abriria, até terem a certeza de que ele não faria isso. Então Sabrina tocou novamente por mais uma cinco vezes, e como anteriormente, não houve resposta. Cristian retirou da carteira uma espécie de grampo e encaixou na fechadura do portão, mexendo de um lado para o outro, todos ouviram o barulho da trinca se movendo, e então tiveram a certeza de que o portão estava destrancado, quando Cristian girou a maçaneta e viu o portão se abrir. Os três entraram imediatamente, e assim que terminavam de cruzar o portão, um latido veio da parte lateral da casa. Como em um passe de mágicas, um cachorro enorme surgiu correndo para cima dos policiais. Quando Sabrina e Cristian se preparavam para correr para o lado de fora da casa, Mirella apontou a espingarda calibre doze para o cão e deu um disparo de munição de borracha. Um ruído de dor com susto veio da parte do cachorro, que recuou gritando e desaparecendo pelo mesmo lugar de onde havia saído.
     _ Acho que agora ele não se atreverá novamente! - Disse Mirella sorrindo. - Vamos pegar o dono dele.
     Cristian já correu para a janela e conseguiu ver Guilherme olhando meio escondido por uma outra janela, e viu Sabrina seguir para a porta da frente.
     _ Ele está aí! - Disse Cristian olhando para Sabrina que batia na porta chamando por Guilherme. - Ele não vai abrir.
     Sabrina sacou sua pistola e deu um disparo na fechadura. Quando ela percebeu que a porta estava desbloqueada, a investigadora deu um chute, liberando instantaneamente a passagem. Nesse momento Cristian veio correndo na direção das parceiras gritando.
     _ Ele está correndo na sua direção. - Cristian gritava para Sabrina.
     _ Se abaixe! - Disse Mirella para Sabrina quando viu Guilherme vindo correndo com muita violência para cima delas.
     Sabrina após o grito de Mirella, não pensou duas vezes e se abaixou. Então saiu um disparo da arma longa de Mirella. Um projétil de borracha seguiu o rumo ao qual fora traçado por Mirella, e acertou em cheio o peito de Guilherme, que fora lançado para trás com a força do impacto. Assim que Guilherme estava no chão, Mirella correu pra cima dele já puxando a telha da arma, deixado-a em ponto de disparo novamente. Aquele barulho característico que só a espingarda doze fazia, fez com que Guilherme estendesse os braços para longe do corpo sinalizando que ele se rendia. Então a investigadora olhando para ele falou.
     _ Se você mover um milímetro, eu te estraçalho. - Ela olhava com raiva. - Quero te informar que essa arma só estava carregada com duas munições de borracha. - Ela respirou rapidamente. - A primeira foi no seu cachorro e a segunda, foi agora em você! As próximas munições são carregadas de esferas de chumbo. 
     _ Não vou me mover! - Dizia Guilherme estático. - Qual a razão dessa invasão?
     Cristian se aproximou do suspeito, puxou ele pelo braço fazendo-o virar de costas. Então puxando um braço de cada vez, o investigador algemou Guilherme com as mãos para trás.
     _ Guilherme, você está preso como o principal suspeito dos assassinatos em série de Eloíse, Larissa, Laura e Lorena. - Ele concluía puxando o suspeito do chão com certa força e o conduzindo até a viatura.
     Os investigadores levaram Guilherme para a delegacia, trancaram-no em uma cela e foram almoçar. Enquanto almoçavam, Mirella recebeu uma chamada no celular. Ela olhou para a tela do aparelho, disfarçou, levantou-se e foi atender longe dos parceiros. Minutos depois ela retorna dizendo que teria que sair mais cedo, mas que eles se encontravam na delegacia em alguns minutos; depois disso ela saiu. Cerca de vinte a trinta minutos depois da saída de Mirella; os parceiros dela também foram embora.
     Quando Sabrina e Cristian entravam na delegacia, viram um grupo de quatro homens de terno conversando com Mirella na frente da sala de Dr. Roberto. Assim que os parceiros de Mirella se aproximavam, a investigadora disfarçou e seguiu ao encontro dos colegas de trabalho.
     _ Quem são eles? - Questionou Sabrina curiosa. - O que eles querem?
     _ Logo vocês saberão. - Disse Mirella. - Agora precisamos interrogar Guilherme.
     _ Tudo bem. - Disse Cristian. - Vamos logo. Não vejo a hora de encerrar esse caso.
     Os três aguardavam na sala de oitivas pela chegada de Guilherme. Minutos após a espera, o suspeito fora conduzido pelo escrivão. Todos se ajeitaram na sala. O suspeito em uma cadeira e Sabrina em uma outra de frente para ele; separados apenas por uma mesa. A investigadora após abrir a pasta em cima da mesa, começou seu interrogatório.
     _ Guilherme, nos diga em voz alta o seu nome completo.
     _ Guilherme Rodrigues Palmeira.
     _ Você confessa ser o assassino das quatro vítimas?
     _ Quais vítimas?
     _ Não se faça de desentendido. - Dizia Sabrina irritada. - Você esteve próximo das três primeiras vítimas que temos testemunhas que testificam esse fato. A quarta vítima não temos testemunha, mas seguindo as características das primeiras, você se enquadra como suspeito.
     _ Não sou assassino!
     _ Confessa logo vai! - Disse Cristian interrompendo e olhando com um olhar diferente para Sabrina, que no ato, entendeu que o parceiro começaria a blefar. - A nossa parceira Mirella fez umas pesquisar sobre as vítimas e descobrimos que todas elas eram adotadas; e não só isso; elas moraram em um orfanato chamado Orfanato Raio de Luz. - Cristian encarava Guilherme e percebeu que o suspeito ficou surpreso com o que ele acabara de falar. - Descobrimos que haviam dois meninos nesse orfanato que sofreram agressões de garotas com as mesmas características de nossas vítimas. Então quando Mirella fez uma pesquisa mais a fundo, ela conseguiu descobrir que você era um desses garotos.
     _ E quem era o outro? - Disse Guilherme interrompendo o policial. - Descobriram?
     _ Infelizmente não! - Disse Cristian olhando para as parceiras e sorrindo, pois o suspeito acabara de cair no blefe e confirmar que ele era um dos garotos. - Pois o nome do segundo fora apagado. - Cristian encarava o suspeito. - Mas como só você aparece nas investigações, temos quase certeza que você é o culpado. - Cristian se aproximava de Guilherme ainda o encarando. - Na verdade, com as testemunhas de que vocês rondava as vítimas; com a filmagem de que você estava na lanchonete no dia da morte de Larissa; com o cartão de ponto do seu trabalho que comprova que você estava no local, no dia da agressão de Eloíse; com o depoimento do Sr. Jorge de que você trabalhava na casa dele como jardineiro; será suficiente para que um júri te condene por assassinato.
     _ Aquele desgraçado me disse que tinha apagado os nossos nomes.
     _ Quem? - Sabrina perguntou quase gritando. - Quem disse que apagou os nomes?
     _ Ninguém! - Disse Guilherme tentando concertar o erro. - Ninguém não!
     _ Então você tem um cúmplice? - Disse Sabrina. - Alguém que te ajudava nos assassinatos?
     _ Eu não matei ninguém. Já disse! - Falou o suspeito gritando. - Eu não matei. - Guilherme começava a chorar de nervosismo.
     _ Se você continuar encobrindo o seu cúmplice, você será condenado sozinho por todos os crimes. - Dizia Cristian com cautela. - Mas se você entregá-lo, a promotoria poderá fazer um acordo com você para reduzir sua pena.
     _ Eu não matei ninguém! - Guilherme repetiu. - Eu apenas me aproximei das vítimas.
     _ Se aproximou para que então, se não foi com a intenção de matá-las?
     _ Sr. Cristian, eu me aproximava das garotas para saber a respeito delas e procurar um melhor momento para que o... - Ele pausou, pensou um pouco e continuou. - ... o verdadeiro assassino pudesse matá-las.
     _ Então você confessa que fez parte de todos os crimes. - Cristian era implacável nas perguntas e acusações. - Mesmo que não matando-as você mesmo.
     _ Confesso! - Ele respirava fundo com um olhar de decepção. - Eu preparava todo o ambiente para que ele pudesse matá-la!
     _ Ele quem? - Sabrina perguntava nervosa.
     _ Não vou dizer o nome dele. Mesmo que ele tenha me traído. - Guilherme ficara rubro de raiva. - Aquele desgraçado. - O suspeito respirou fundo. - Ele tinha me prometido que ninguém descobriria, que isso era praticamente impossível com as condições dele.
     _ O que seu parceiro faz para te garantir com tanta veemência algo desse tipo?
     _ A questão investigador. - Dizia Guilherme. - É que não vou pegar uma pena por assassinato, sendo que eu não matei ninguém.
     _ Mas você foi cúmplice. Será condenado do mesmo jeito! - Cristian assentava-se na quina da mesa ao lado de Sabrina. - Como nas investigações só aparece você; tenho quase certeza que você acabará sendo condenado como assassino. - Ele fixava o olhar no suspeito. - Mas você pode se livrar da acusação de assassinato, se entregar o seu parceiro ou comprovar que havia mais alguém com você!
     _ Eu não quero falar mais nada sem um advogado! - Disse Guilherme nervoso. - Só falo agora na presença de um advogado.
     _ Tudo bem, chamaremos um advogado para você! - Disse Sabrina.
     _ Quero o meu advogado. Preciso ligar para ele.
     _ Já entendemos. Afirmou Sabrina. - Deixaremos você ligar para ele.
     _ Só me responde uma coisa Guilherme. - Dizia Cristian. - Por que só agora vocês começaram a matar, depois de tanto tempo fora do orfanato?
     _ Porque uma das meninas que nos agredia apareceu. - Ele respirou fundo. - Assim do nada, meu amigo a viu andando na rua. A lembrança do que ela fazia com a gente, veio na mente dele, e então, ele resolveu descontar nas mulheres que um dia moraram no Raio de Luz.
     _ E você? - Cristian continuou perguntando. - O que te levou a fazer isso?
     _ Quando crianças fizemos um juramento de protegermos um ao outro. O que um precisasse, o outro teria que atender. - Ele olhou para Cristian. - Então eu o ajudei!
     _ Diga-nos. Quem é o verdadeiro assassino?
     _ Quero um advogado! Não falo mais nada sem um advogado!
     Os investigadores encerraram provisoriamente a oitiva e levaram Guilherme para a cela dele. Eles foram até a sala de Dr. Roberto e atualizaram-no de tudo.
     _ Amanhã permitiremos que ele ligue para o advogado. - Dizia Dr. Roberto. - Agora é hora de irmos embora. Vocês fizeram um bom trabalho gente. Estão de parabéns.
     Os três investigadores andaram até a porta que dava acesso ao estacionamento.
     _ Vamos jantar juntos. - Disse Sabrina.
     _ Infelizmente eu não posso. - Disse Cristian. - Já tenho um compromisso.
     _ Eu também não posso! - Falou Mirella. - Tenho que terminar um assunto aqui.
     _ Tudo bem então! - Disse Sabrina olhando para os dois e suspeitando que eles estariam indo sair juntos. - Vou embora. Até amanhã.
     Sabrina seguiu até o carro dela no estacionamento e foi embora. Quando Cristian ia indo para o carro dele, ele se virou e olhou para Mirella.
     _ Aqueles nomes. Você vai tentar descobrir agora?
     _ É justamente isso que vou fazer!
     _ Então vamos.
     Os dois seguiram até a sala do CPD; que estava vazia; e acessaram um dos dois computadores. Mirella começou a mexer com certa agilidade, e após vinte minutos, ela deu um sorriso que iluminou todo o rosto da policial, deixando-a ainda mais bela. De repente a investigadora virou-se para Cristian; segurou nas bochechas dele forçando-o a fazer um biquinho, e deu um selinho nele.
     _ Consegui garoto! - Ela sorria. - Consegui.
     _ Toda vez que você fica feliz... - Dizia Cristian sorrindo por causa do beijo roubado que levou. - ... você age assim?
     _ Deixa de ser safado Cristian. - Disse Mirella virado o monitor para o garoto. - Olhe os nomes aqui! - Ela concluiu apontando os nomes na tela do computador.
     Cristian olhou para a tela forçando um pouco as vistas e fez uma cara de surpresa, repetindo um dos nomes com certa dificuldade.
     _ Guilherme e Frederico! - Ele estava surpreso. - Fred. O assassino é o Fred!
     _ Isso não é tudo! - Disse Mirella olhando para Cristian com uma cara de preocupação. - Olhe o que eu também consegui descobrir.
     _ O que foi? - Cristian perguntou ficando assustado com a expressão de Mirella.
     _ No Orfanato Raio de Luz tinha uma órfã chamada Sabrina. Essa Sabrina fora adotada com três meses de vida por um casal chamado Pablo Salles Vieira e Maria Meireles Vieira. - Ela fez uma pausa e olhou para Cristian. - Sabe o que eu estou querendo te dizer?
     _ Sabrina... - Cristian fez uma cara de surpresa e susto. - Sabrina tem o sobrenome Meireles Vieira. - Ele colocou-se de pé e pegou o celular. - Sabrina é adotada? Por que ela não nos contou?
     _ Talvez porque nem ela mesma saiba. - Disse Mirella. - Não foi fácil descobrir isso. Essa informação foi a mais difícil de todas, e também fora excluída por um usuário chamado Fred-Erico.
     _ O Fred! - Disse o garoto assustado. - Fred sabia o tempo todo que Sabrina era adotada. - Cristian discava o número da parceira no celular. - E o pior de tudo. Ele é o assassino, e tem essa informação. - O investigador pausou e se concentrou no celular. - O celular de Sabrina está desligado. Algo me diz que ela corre perigo!
     Mirella retirou a pistola do coldre, engatilhou a arma e olhou para Cristian.
     _ Vamos atrás dela agora! - Ela saía da sala com a pistola em punho. - Espero sinceramente que a Sabrina esteja bem!
***






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