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terça-feira, 1 de abril de 2014

Departamento Central - Assassinatos em Série

Capítulo 13 - Diminuindo as Dúvidas



     Guilherme olhou um pouco assustado para Sabrina, para Cristian, ignorou o escrivão e encarou Mirella, avaliando a beleza da novata.
     _ Ainda bem que já é minha vez. - Disse Guilherme. - Estou cansado de esperar ali fora.
     _ Você chegou cedo porque quis, pois na intimação vinha dizendo o horário que você deveria comparecer. - Ela se ajeitou na cadeira e começou. - Guilherme, há quanto tempo você conhecia Eloíse? Como era o tratamento dela com você?
     _ Sou novo naquela empresa. Faz dois meses que comecei a trabalhar lá. Eloíse quase não conversava. Era indiferente comigo assim como com todos. Ela chegava e saía sempre no mesmo horário, e nunca dava um bom dia sequer. - Ele encarava Sabrina nos olhos. - Mas pra mim pouco importava, ela fazia assim com todos.
     _ Ela nunca mudava o horário de saída dela?
     _ Não! Todas as vezes que eu estava de plantão, ela saía no mesmo horário. - Ele permanecia sério. - Acho que era devido ao trabalho dela, exigia muita dedicação. Ser gerente de uma empresa grande como aquela, exigia muito tempo de trabalho. Pelo menos eu acho!
     _ Me descreva o que aconteceu desde o momento em que Eloíse saiu do prédio.
     _ Eu estava fazendo meu trabalho de rotina, até que ela chegou até a mesa da segurança, colocou as chaves em cima da mesa, procurou uma lixeira para jogar fora um papel de bala, e então saiu. Quando eu percebi que ela havia esquecido as chaves em cima da mesa, fui atrás dela para devolver. - Ele falava tranquilamente. - Andei rápido para pegá-la antes que ela saísse; só então percebi que as chaves do carro estavam naquele molho de chaves que eu segurava em minhas mãos. Quando me aproximei dela, Eloíse estava gelada e muito assustada. Quando ela viu que era eu, ela respirou fundo e me disse que achou que fosse alguém querendo atacá-la. Eu dei um sorriso discreto e devolvi as chaves a ela. Então voltei para a recepção e continuei fazendo o meu trabalho. - Ele continuava encarando Sabrina. - Minutos depois ouvi um grito de homem; imediatamente corri até o estacionamento, pois era o único lugar que as câmeras do prédio não funcionavam. Eram praticamente para enfeite. - Ele sorriu da afirmação e então continuou. - Quando eu abri a porta que levava para o estacionamento, a encontrei caída e sangrando no chão.
     _ Quando você a viu caída, o que você fez?
     _ Eu peguei meu celular e liguei para a emergência.
     _ Por qual razão você não ligou também para a polícia? - Sabrina colocava-se de pé. - Pois se você ouviu uma voz de homem como afirmou, e quando vai verificar, encontra sua gerente caída e ensanguentada, com certeza havia algo errado ali. Por acaso você queria encobrir pistas ou dar tempo para alguém fugir?
     _ Não foi nada disso! - Guilherme falou alterando a voz. - Eu apenas não me toquei que deveria chamar a polícia também. Fiquei preocupado com a moça caída ali no chão.
     _ Por fim, quem chamou a polícia foi a emergência quando foi notificada. _ Ela respirou fundo. - Mas tudo bem. Estou satisfeita com seu depoimento em relação a este homicídio.
     _ Então estou dispensado? - Ele perguntou colocando-se de pé.
     _ Não! Ainda não. - Cristian disse aproximando-se dele. - Sente-se novamente. Sabrina ainda tem mais algumas perguntas para te fazer.
     _ Certo. Pode perguntar então!
     _ Guilherme. - Sabrina falou com uma certa ênfase. - Há quanto tempo você conhecia Larissa?
     _ Larissa? - Ele fez uma expressão de quem estava tentando lembrar do nome. - Não me recordo de nenhuma Larissa.
     _ Vou te lembrar. - Disse Sabrina foleando algumas páginas da pasta. - Larissa Boaventura, tinha trinta e quatro anos e trabalhava na lanchonete Coma Bem; lanchonete essa que você ia todos os dias, e só parou depois que Larissa fora assassinada. Inclusive no dia em que ela foi atacada; assim como com Eloíse; você estava e ou esteve no local. - Ela dizia com veemência. - Então, lembrou-se ou preciso refrescar ainda mais a sua memória?
     _ Agora estou me lembrando. Mas a Larissa morreu? - Disse ele forçando uma reação de surpresa. - Que triste. Eu gostava dela.
     _ O que você ia fazer naquela lanchonete todos os dias? Pois sabemos que você atravessava a cidade para ir até lá.
     _ Eu ia até lá tomar um café.
     _ Você acha que realmente acreditamos nessa história? - Sabrina afirmou com um tom de voz mais alto. - Diga-nos o que você ia fazer todos os dias na lanchonete.
     _ Eu ia tomar um café. - Disse ele com um sorriso falso. - O café de lá é muito bom!
     _ Você está nos achando com cara de idiotas? - Disse Cristian colocando-se ao lado de Sabrina. - Temos depoimentos de dois funcionários da lanchonete dizendo que você ia lá todos os dias, ficava o tempo de tomar um café e comer um pão de queijo e depois ia embora. Afirmaram com muita certeza que você vivia conversado com Larissa. - Cristian o encarava com uma expressão de raiva.
     _ Se vocês sabem disso tudo, então porque estão me perguntando a mesma coisa?
     _ Então nós devemos considerar que tudo o que as outras testemunhas disseram a seu respeito sejam verdades? Por esse motivo então, nós não vamos mais levar em conta o que você tem a nos dizer. - Afirmou Cristian inclinando-se sobre a mesa e colocando o rosto próximo ao rosto de Guilherme. - A Diana; garçonete da lanchonete; nos falou que você tentou agarrar a Larissa, e que a amiga havia confessado isso a ela. Que elas se preparavam para fazer uma ocorrência contra você que mentiu para elas dizendo se chamar Paulo. - Cristian olhou para Sabrina, que entendeu que o parceiro blefava mais uma vez. - Seria feito um exame na vítima para confirmar a agressão; mas como você mesmo nos disse para desconsiderar a sua versão da história; então devemos te autuar por tentativa de estupro e agressão.
     _ Não foi nada disso que aconteceu! - Afirmou Guilherme ficando nervoso. - Vou contar o que eu realmente ia fazer lá, e porque menti.
     _ Então fale, estamos ouvindo. - Disse Cristian voltando para o lugar que ele costumava ficar, enquanto Sabrina assumia novamente a oitiva.
     _ Eu ia todos os dias naquela lanchonete para ver a Diana. Eu conversava com a Larissa, mas queria mesmo a Diana. - Ele dizia olhando para baixo. - Eu menti meu nome, porque eu sou casado, e não queria correr o risco de que minha esposa descobrisse.
     _ E você chegou a ficar com a Diana?
     _ Não! A Larissa me disse que ela era tímida, e que eu teria que ir mais vezes lá para que a Diana se acostumasse comigo.
     _ E faz quanto tempo que você frequenta aquela lanchonete?
     _ Eu nem sei!
     _ Segundo o depoimento de Diana, há dois meses que você frequenta o lugar aonde ela trabalha. A mesma quantidade de tempo que você conhece a Eloíse. - Sabrina fez uma pausa. - Você não acha muita coincidência você estar nos dois lugares de trabalho das vítimas e conhece-las há dois meses?
     _ Acredito que seja sim. - Ele disse com um sorriso falso. - A questão de eu estar nas duas cenas do crime não quer dizer que eu seja o culpado. Para me acusar, vocês precisam muito mais do que isso, pois nenhum juiz aceitaria tal acusação com apenas suspeitas.
     _ Você está bem informado quanto a esses assuntos. - Disse Mirella olhado fixamente para Guilherme.
     _ Eu leio bastante. - Afirmou o suspeito.
     _ E por qual razão você não continuou indo na lanchonete, se sua intenção era ficar com Diana?
     _ Minha cara investigadora. O elo entre Diana e eu era Larissa, vou voltar lá pra que se ela morreu?
     _ Se você não voltou lá por esse motivo, então você mentiu quando disse que não sabia que Larissa havia morrido. - Sabrina sorriu satisfeita quando percebeu que havia encurralado Guilherme. - Você até fingiu fazendo cara de surpresa. - Diga-nos, mentiu por que?
     _ Tudo bem. Menti porque não queria ser suspeito de uma coisa que eu não fiz. Tive o triste azar de estar em dois lugares onde duas mulheres foram assassinadas. - Ele pausou e olhou para Sabrina. - Só por isso eu menti!
     _ Certo! Por enquanto me dou por satisfeita. - Disse Sabrina colocando-se de pé. - Mas te intimaremos novamente caso precisemos. E detalhe, você não pode sair da cidade. 
     _ Por qual razão eu não posso sair da cidade? - Perguntou Guilherme. - Por acaso eu sou suspeito?
     _ Eu diria que suspeito você ainda não é, mas você é um ponto chave nessa investigação, e poderemos precisar de novas informações suas, por esta razão você deve ficar na cidade.
     _ Tudo bem, eu não tinha pretensão de viajar mesmo! - Ele colocou-se de pé. - Agora estou dispensado?
     _ Está sim! - Disse Cristian se aproximando e segurando Guilherme pelo braço direito. - Pode vir por aqui!
     Quando Cristian apertou o braço direito de Guilherme, o novo suspeito deu um grito. Então Cristian apertou um pouco mais forte, e ouviu outro grito.
     _ O que foi? Não acredito que eu estou tão forte assim para machucar o seu braço só de segurar.
     _ Não! É que eu bati meu braço na quina da cômoda e acabei me machucando. E você está pegando justamente no local do ferimento.
     _ Ah! Desculpe-me.
     _ Tudo bem. Com licença. - Concluiu Guilherme saindo da sala.
     _ Você viu? - Disse Cristian para Sabrina.
     _ Sim! Esse ferimento no braço não tem nada a ver com criado, esse ferimento foi feito por um projétil que saiu da minha arma. - Disse Sabrina olhando para Cristian.
     _ Tenho quase certeza disso também. - Sabrina fechava a pasta do caso. - Foi Guilherme que se disfarçou e tentou roubar as imagens da câmera daquela loja.
     _ Foi ele sim. Tenho quase certeza disso. - Cristian se aproximava de Sabrina. - Você guardou aquele projétil com sangue?
     _ Eu anexei ao relatório que fiz sobre a tentativa de roubo daquela loja! Por que?
     _ Porque poderemos usar a amostra de sangue daquele projétil para provar que Guilherme é o bandido daquela loja ou até mesmo que ele é o assassino das duas vítimas.
     _ Verdade. Nisso eu ainda não havia pensado. - Sabrina seguiu até a porta da sala e disse. - Está na hora do almoço. Quer almoçar comigo?
     Cristian olhou no relógio e disse.
     _ Não. Eu vou embora, fica pra um outro dia. - Ele saía da sala enquanto falava. - Mas obrigado pelo convite.
     Todos saíram da sala juntos e caminhavam pelo corredor da delegacia até a sala de arquivos. Sabrina chegou até o painel digital na parede e digitou a senha dela, mas a porta não abriu. Ela tentou mais duas vezes, e o resultado foi o mesmo. Então Cristian tentou a senha dele, e também não abriu. Nesse momento Fred se aproxima deles dizendo.
     _ Deu um problema nesse painel da porta. Vou dar uma olhada nela hoje depois do almoço.
     _ Mas eu tinha que guardar a pasta do caso aí dentro! - Disse Sabrina apontando a pasta para Fred.
     _ Você vai ter que levar ela com você! - Disse Fred.
     _ Vai ser o jeito. - Afirmou Sabrina.
     Cristian e Mirella saíram andando na frente enquanto Sabrina conversava com Fred.
     _ Você está indo embora para casa?
     _ Sim Fred, qual o motivo da pergunta?
     _ Por nada, só curiosidade mesmo. - Ele sorriu. - Só queria saber se você ia almoçar sozinha ou acompanhada.
     _ Ah me poupe Fred. O que nós temos não é um relacionamento sério que te dá o direito de me fazer cobranças.
     _ Calma gata! - Ele continuou sorrindo. - Eu só tive curiosidade. Não estou cobrando nada. - Ele parou de falar e discou alguns números no celular. - Agora me dê licença que tenho um assunto sério pra resolver. Até depois.
     Sabrina seguiu em direção ao estacionamento e encontrou Cristian e Mirella conversando. Quando ela passava com a pasta do caso na mão, Mirella chamou.
     _ Sabrina! - Disse ela correndo na direção de investigadora. - Você poderia deixar a pasta do caso comigo?
     _ Por qual razão você quer essa pasta?     
     _ Eu gostaria de me informar do caso. Saber o que se passa para que eu não fique perdida no meio das investigações e oitivas. Pois se eu continuar por fora, vou acabar atrapalhando vocês ao invés de ajudar.
     _ Faz sentido. - Disse Sabrina entregando a pasta para Mirella. - Tome cuidado com ela. Tudo que investigamos até agora, está aí nessa pasta. - Sabrina ia saindo, quando ela parou e continuou dizendo. - Traga ela depois do almoço.
     _ Tudo bem. Trarei sim! - Afirmou a novata indo em direção ao carro de Cristian e saindo com ele.
     Sabrina entrou no carro dela, ligou e saiu em direção ao seu apartamento. Ela não queria acreditar que a novata já estava saindo com Cristian, mas que parte daquilo também era culpa dela. Por esse motivo ela preferia não dizer nada. Enquanto ela dirigia seu carro, a investigadora começou a suspeitar que um carro a seguia de longe; por essa razão, a investigadora deu várias voltas por lugres que não levavam para o apartamento dela, e depois de tantas voltas, Sabrina teve a certeza que estava sendo seguida. A policial entrou em uma rua reta e acelerou o carro; e o o veículo atrás dela fez o mesmo. Sabrina continuou andando rapidamente com o carro, até que ela teve que frear bruscamente quando outro carro cruzou a pista na sua frente. Ela olhou para o veículo que havia interrompido a passagem dela, e avistou dois integrantes com os rostos cobertos de máscaras. Imediatamente ela engatou a ré, e quando se preparava para sair, o veículo que a seguia encostou atrás do carro dela, e mais um integrante mascarado saiu com uma submetralhadora na mão. Os dois integrantes do outro carro saíram carregando pistolas, e todos os três apontavam as armas para ela. O da submetralhadora aproximou-se dela rapidamente e já foi falando.
     _ Não se mova! Jogue sua arma e seu celular aqui no chão bem devagar. - Ele apontava a arma para ela. - Se você fizer alguma gracinha, nós atiraremos em você!
     Sabrina moveu-se calmamente; pegou o celular e a pistola dela e fez como eles haviam mandado.
     _ Podem levar o que vocês quiserem. - Disse a investigadora com voz firme e tranquila.
     _ Levaremos mesmo investigadora. - Disse o mascarado com a submetralhadora. Ele caminhou até a pistola e o celular dela, abaixou-se e apanhou os dois! - Agora queremos que você nos entregue a pasta com todos os dados do caso que você está trabalhando.
     _ Esta pasta não fica comigo. - Afirmou Sabrina surpresa pelo pedido dos bandidos. - Essas pastas ficam todas na delegacia. São raras as vezes que elas saem de lá. 
     _ Não somos idiotas. Sabemos que você saiu com ela da delegacia. - Ele gritava. - Nos entregue essa pasta agora mesmo.
     _ Não estou com ela. - A investigadora estava mais surpresa ainda por perceber que eles realmente sabiam que ela havia saído com a pasta. Se vocês quiserem, podem procurar.
     _ Saia do carro com as mãos para cima e fique atrás do veículo!
     Sabrina fez o que eles pediram, enquanto um mascarado com uma pistola entrou no carro dela e começou a revirar tudo. Ficaram cerca de dois a três minutos procurando; fizeram uma zona no carro dela; mas não encontraram nada.
     _ Não está aqui! - Disse o bandido dentro do carro. - Não achei.
     _ Saia daí. Deixe-me procurar. - Disse o bandido com a submetralhadora entrando no carro depois que o outro saiu.
     O mascarado colocou o celular e a pistola da investigadora em cima do painel do carro, e começou a procurar a pasta. Ele mal começava a procurar, quando uma viatura da polícia militar aproximava. O bandido dentro do carro viu a viatura se aproximando e fez sinal para os outros. Ele saiu do carro correndo e entrou no dele; e os outros fizeram o mesmo. Ambos ligaram seus veículos e saíram em alta velocidade antes que a polícia militar se aproximasse muito. Quando a PM chegou perto de Sabrina, ela informou do ocorrido, passou os dados dos veículos que a encurralou e as características que eram possíveis dos bandidos. A PM repassou as informações para a central e saiu no encalço dos mascarados, enquanto Sabrina percebeu que a pistola e o celular dela ficaram no painel do carro. Imediatamente ela verificou se a pistola estava do jeito que ela havia entregado; pegou o celular e discou alguns números.
     _ Fala Sabrina. - Disse a voz do outro lado.
     _ Cristian, você está onde? Você está bem?
     _ Estou ótimo! Qual o problema Sabrina?
     _ A Mirella está com você?
     _ Sabrina isso não é da sua conta. Eu não tenho que te...
     _ Não é nada disso garoto. - Disse ela interrompendo ele. - Me diga, é sério. Mirella está segura com você?
     _ A Mirella está aqui sim! Só não sei se ela vai ficar segura. - Ele deu um sorriso.
     _ Pára de besteira Cristian. Estou falando sério. - Ela dizia ficando mais calma. - Acabou de acontecer algo comigo.
     _ O que aconteceu? - Disse Cristian percebendo que a voz dela estava tensa. - Fale Sabrina, você está me deixando preocupado.
     _ Alguém tentou me assaltar e levar a pasta com o caso. Só não levaram porque...
     _ Porque não estava com você! - Disse Cristian interrompendo a parceira. - Você está bem?
     _ Estou sim! Eu tive sorte.
     _ Conta essa história direito. - Ele pausou. - Como foi isso?
     _ Então senta, porque a história vai ser eletrizante.
***





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